Economia do Paraguai pode crescer mais do que previsão da Moody’s, de 0,7%, diz analista

Economista sustenta que dois “motores”, a agropecuária e a energia elétrica, podem garantir ao Paraguai uma elevação maior do PIB, este ano.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

A agência classificadora de riscos Moody’s prevê que, por causa da pandemia do coronavírus, o Produto Interno Bruto do Brasil vai ter uma queda de 1,6%, este ano. Para o Paraguai, a situação também será complicada, mas ao menos haverá algum crescimento, de 0,7%.

Porém, o analista econômico e assessor da Câmara de Anunciantes do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcan, discorda da agência, segundo o jornal Última Hora. Para Lezcan, a situação pode se reverter graças à agricultura e ao setor energético, que deverão ter um forte crescimento da demanda, a partir do segundo semestre.

Para o analista, as reservas internas dos países vão se esgotar, durante o período de quarentena, fazendo com que a procura se amplie quando as medidas de isolamento social forem diminuindo e as fronteiras se abrirem.

Vale lembrar que o Paraguai é grande produtor de soja e de carne. No ano passado, a agropecuária paraguaia acumulou dois trimestres de crescimento negativo, o que contribuiu para o crescimento de apenas 0,2% do Produto Interno Bruto, em 2019. Mas. já no último trimestre, o setor estava em franca recuperação.

“Podemos ser otimistas que estes dois motores (agropecuária e energia) possam levar a uma curva de crescimento mais importante, recuperando-se até o segundo semestre. As obras públicas também são importantes, porque o investimento em infraestrutura pode influir na ocupação de mão de obra e seu efeito redistributivo, mas, na medida em que este nível de isolamento continue, será um motor mais lento", observou o analista.

O vírus

Ramírez Lezcano aponta que há fatores, no entanto, que podem prejudicar sua previsão otimista de crescimento e poderiam, até mesmo, implicar em uma desaceleração mais drástica que a atual.

A principal barreira seria o próprio coronavírus. Se a pandemia continuar avançando e a doença não puder ser contida, isso implicará necessariamente na prorrogação do isolamento social.

A extensão ds restrições, a seu ver, ampliará também a atual crise de demanda, agravará a logística e tudo que traz consigo a mobilização produtiva.

Equilíbrio

Para o analista, de acordo com o Última Hora, a solução é encontrar um equilíbrio entre a necessidade de recuperar a economia e a urgência de conter o avanço do coronavírus. É fundamental, diz, que sejam tomadas medidas urgentes quanto à demanda, à liquidez do sistema financeiro e encontrar soluções para o problema de solvência e risco de crédito.

Também é fundamental, diz, que sejam adotados mecanismos para dar assistência às empresas que deixaram de funcionar, para evitar falências e mais desemprego.

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