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O Ministério Público do Paraguai apresentou na sexta-feira, 21, os primeiros resultados da investigação da fuga de 76 presos (um foi recapturado já em seguida) da penitenciária de Pedro Juan Caballero, em 19 de novembro. Foi confirmado que todos os foragidos escaparam pelo túnel encontrado em um dos pavilhões.
O promotor Federico Delfino relatou que a construção do túnel demorou cerca de uma semana, pelo que se pode deduzir da análise das imagens do circuito fechado.
A investigação revelou que o objetivo do túnel era facilitar a fuga de 14 criminosos que integram o Primeiro Comando da Capital (PCC), todos reclusos no pavilhão onde foi feita a escavação.
A fuga começou à 1h30 da madrugada de domingo e se estendeu até 3h da madrugada. A câmara que apontava para o pavilhão do túnel foi mudada de posição durante este tempo.
Alerta só uma hora depois
Os vídeos mostram também como os presos do pavilhão superior correm para o andar abaixo para aproveitar a fuga, durante este tempo. Somente às 4h17, mais de uma hora depois da fuga, um guarda do presídio, já identificado e entre os processados pelo Ministério Público, recebe uma ligação teloefônica e ativa o alarme, contou o promotor.
A análise do circuito fechado também permitiu confirmar que os muros da penitenciária não contavam com proteção, e que os tiros de alerta dos carcereiros foram feitos de dentro da prisão, e não dos postos de vigilância, como inicialmente foi informado às forças policiais.
O promotor Federico Delfino disse que O MP está com todos os vídeos do circuito fechado, apesar de que no momento da fuga algumas câmeras foram desligadas. É que a empresa responsável pelo circuito de gravação garantiu que conta com uma retaguarda independente do sistema na prisão, cujas cópias foram entregues ao Ministério Público.
Por causa da fuga, foram denunciados 32 funcionários do presídio de Pedro Juan Caballero, desde carcereiros e chefes de segurança até o hoje ex-diretor.
Dos 75 presos que conseguiram escapar para longe do presídio, apenas 12 foram recapturados até agora.
Conivência e corrupção
Embora a suspeita inicial da polícia fosse de que a maior parte dos presos tinha escapado pelos portões de acesso à prisão, as análises indicam que todos fugiram mesmo pelo túnel.
Não muda, no entanto, a suspeita de que os funcionários do presídio permitiram a fuga dos 14 presos do PCC, o que acabou levando à fuga em massa.
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