ICMS elevado para querosene de aviação, poucas aéreas: entraves para o turismo

O Brasil espera receber este ano 6,8 milhões de estrangeiros. O mesmo que Cancún, no México.

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H2FOZ

A Azul vai criar dois novos voos entre Foz do Iguaçu e Guarulhos, em São Paulo, não apenas para atender ao pedido do setor turístico local. 

É que São Paulo reduziu de 25% para 12% o ICMS sobre o querosene de aviação. E, com isso, atrai cada vez mais voos e conexões.

No Paraná, desde 2015, vigora a tarifa de 18% (antes, era 7%). O reajuste de 140% alarmou as empresas aéreas, que cancelaram voos e projetos de novas ligações.

Em 2015, houve 55,6 mil decolagens nos aeroportos paranaenses; em 2017, o número caiu para 48,1 mil.

O querosene de aviação representa entre 35% e 38% do valor da passagem. É claro que as aéreas vão procurar aeroportos mais amigáveis, como os de São Paulo, que em troca da redução exigiu – e conseguiu – um aumento de voos, inclusive para cidades antes não atendidas.

No Paraná, há a promessa de redução, feita pelo governador Carlos Massa Ratinho Jr ainda em campanha.

Até agora, ficou na promessa.

Mais empresas

O setor aéreo brasileiro é pouco competitivo, e quando a situação fica mais difícil, as empresas cortam voos ou até fecham as portas, como foi o caso da Avianca, que prejudicou passageiros em todo o Brasil, inclusive em Foz, já que a consequência foi o aumento das passagens das outras empresas.

Uma das soluções, já tramitando no Senado, é abrir o mercado para empresas aéreas estrangeiras, que trariam capital e recursos para um setor que sempre vive à beira da crise.

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro, disse aqui em Foz que "a competitividade entre as empresas é que vai trazer redução nas tarifas aéreas brasileiras".

Ele pede pressa na aprovação da medida pelo Senado. O ministro participou em Foz da abertura do 1° Fórum Internacional de investimentos em Turismo.

Visitantes 

O ministro também anunciou que, com o fim da exigência de visto para americanos, canadenses, japoneses e australianos, o Brasil deve receber este ano 6,8 milhões de turistas estrangeiros, 200 mil a mais do que em 2018.

O aumento, claro, fará bem ao turismo. Mas a quantidade de estrangeiros que o Brasil recebe é insignificante perto de outros destinos, como é o caso do México.

Ou, pra ficar num exemplo mais distante, só Istambul, capital da Turquia, recebe por ano 10,7 milhões de turistas estrangeiros. E está apenas em 9° lugar no ranking das cidades mais visitadas (Bangkok, na Tailândia, lidera, com 20,05 milhões).

Mais triste ainda: Cancún, um dos destinos turísticos do México, recebe tantos turistas estrangeiros quanto todo o Brasil.

E nós temos um litoral imenso, com praias belíssimas. Temos o Pantanal, temos a Amazônia, temos as Cataratas do Iguaçu, o Rio de Janeiro, São Paulo, paisagens múltiplas espalhadas país afora. 

Só não temos, parece, competência para administrar todo este potencial.

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