Prefeitos de fronteira do Paraguai se unem, pela 1ª vez, para pedir “abertura inteligente” das fronteiras

Encontro em Salto del Guairá reuniu os chefes de executivo das quatro principais capitais de departamentos que fazem fronteira com o Brasil e a Argentina.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Num encontro inédito, prefeitos de quatro cidades de fronteira do Paraguai se reuniram – e uniram – para pedir ao governo do país que estude de imediato a "abertura inteligente" das fronteiras, ante a cada vez mais urgente necessidade de aliviar a situação econômica das populações, informa o jornal ABC Color.

O encontro reuniu o prefeito Miguel Prieto, de Ciudad del Este; Alfredo Luis Sánchez, de Encarnación; José Carlos Acevedo Quevedo, de Pedro Juan Caballero; e o anfitrião, Carlos César Haitter, de Salto del Guairá.

Os prefeitos disseram que o encontro foi motivado pela falta de propostas e de atenção efetiva do governo central para as regiões fronteiriças, que contam com características muito diferentes do restante do país.

As cidades de fronteira "não podem ser submetidas ao mesmo regime que municípios com características absolutamente distintas", diz nota firmada pelos prefeitos.

Os prefeitos lembram ao governo que estas cidades sustentam 95% de suas economias com a atividade comercial fronteiriça e o turismo, e que por isso o fechamento de fronteiras e as restrições à livre circulação, internamente, interrompem diretamente o ciclo econômico desses municípios, com efeitos imediatos no fechamento de comércios, empresas e unidades produtivas, gerando demissões massivas e elevando as taxas de desemprego e pobreza.

A falta de participação dos governantes de fronteira na coordenação de ações, aparentemente por motivos políticos, é outra queixa dos prefeitos. "Urge a construção, através das instâncias locais e nacionais – de forma conjunta e sem nenhum tipo de distinção – de propostas que surjam de cada uma destas cidades fronteiriças, priorizando o interesse geral, considerando que estes municípios mobilizam direta e indiretamente a economia de milhares de paraguaios."

O governo nacional, por meio de seus ministérios, deve ter como prioridade as cidades de fronteira, com obras como as viárias de diversos tipos, a construção de moradias e todo tipo de investimento público que implique na economia e na utilização de mão de obra local, dizem os prefeitos, pedem também.

Eles reivindicam a implementação urgente de políticas públicas sustentáveis orientadas à diversificação das economias das cidades de fronteira, por meio de estímulos adequadamentos acertados com os municípios para os investimentos, para um processo de industrialização dos produtos primários destas cidades e a implementação de uma abertura inteligente da passagem fronteiriça, para mobilizar gradualmente o comércio nestas regiões, garantindo as condições sanitárias adequadas.

Por fim, pedem uma audiência com o presidente para conversar sobre as propostas discutidas neste encontro dos prefeitos..

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