Presidente do Paraguai é irredutível: “fronteras continuarán cerradas”

Mario Abdo Benítez reforçou a posição do governo paraguaio nesta quinta, em visita ao departamento de Guairá.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Todas as fronteiras, principalmente com o Brasil, vão continuar fechadas para evitar a propagação da covid-19 no país, reafirmou nesta quinta, 21, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, em visita ao departamento de Guairá.

"Há muitos setores econômicos que me pedem para abrir as fronteiras, mas não podemos arriscar todo o esforço que foi feito. Lamentavelmente, enquanto não estiver controlada a propagação (da covid-19) não vamos podemos abrir as fronteiras", afirmou o presidente, de acordo com o jornal Última Hora.

Mario Abdo destacou a situação epidemiológica que a região vive, "principalmente no Brasil, que está com uma forte propagação de covid-19".

Segunda fase

O presidente paraguaio também falou sobre a segunda fase da quarentena, prevista para começar na segunda-feira, 25. Ele aproveitou para apelar à solidariedade, advertindo que, se houver uma propagação do vírus, as medidas de restrição voltarão em sua totalidade, segundo matéria da agência IP.

“A economia sempre se pode recuperar, mas a vida não, sigamos com este compromisso e responsabilidade que temos assumido todos desde o primeiro dia", afirmou.

O presidente destacou que, apesar da pandemia, todas as obras públicas tiveram continuidade, "inclusive com maior dinamismo, sem deixar de cumprir os protocolos sanitários estabelecidos pelo Ministério da Saúde para evitar os contágios por coronavírus".

“Não temos um só contaminado em todos os acampamentos rodoviários e em tudo o que representa o setor no Paraguai, outro exemplo que o mundo reconhece", disse.

Mario Abdo vaticinou, com base no que dizem os organismos financeiros, que o Paraguai será um dos países com menor impacto econômico da região depois da pandemia.

Albergues

Pesam contra a abertura de fronteiras tanto os casos registrados no Brasil como a situação dos albergues no Paraguai. Há centenas de paraguaios que querem voltar ao país, mas ainda não há como abrigar todos, por isso o governo está focado em habilitar mais hotéis onde possam cumprir a quarentena obrigatória.

A preocupação do governo com os paraguaios que voltam é devido ao grande números de casos confirmados de covid-19 entre eles, principalmente os provenientes do Brasil.

O Paraguai não tem nenhum paciente internado em terapia intensiva, e o grande trabalho de contenção da pandemia está sendo feito "fora dos hospitais", disse o presidente, por isso convoca a população a ser solidária "com quem está tendo a grande tarefa de controlar a entrada de compatriotas, de mantê-los em quarentena e garantir a saúde de nosso povo", disse.

Casos no Brasil

No painel da Johns Hopkins o Brasil é o segundo em casos e o sexto em mortes.

Se depender do controle da pandemia no Brasil, pode ser que as fronteiras demorem muito para ser reabertas. O Brasil registra, neste sábado, 22, o total de 310.087 casos confirmados de covid-19.

Nas últimas 24 horas, o País registrou mais 1.188 mortes, novo recorde diário. De quarta para quinta, 21, foram 1.068 mortes. Agora, somam 20.047 os óbitos por covid-19, segundo o painel da universidade americana Johns Hopkins.

As mortes em 24 horas, superiores a mil, aproximam o Brasil dos registros diários nos Estados Unidos, país que lidera o ranking mundial com mais casos (1.577.758) e mais mortes (94.729). De quinta para esta sexta, morreram nos Estados Unidos mais 1.290 pessoas.

Casos no Paraguai

O Paraguai tem 836 casos confirmados de covid-19, dos quais 11 mortos. O maior número de casos, cerca de 70%, foi registrado em paraguaios que voltaram do exterior, principalmente do Brasil.

O Paraguai tem um sistema de saúde precário. Todo o esforço sanitário do país é para evitar um colapso nos hospitais, que no início – antes da construção de hospitais provisórios – estiveram com a capacidade já no limite.

É esta a causa principal da demora em permitir a entrada dos paraguaios que estão em outros países e até na Ponte da Amizade: falta estrutura de albergues e poderia colapsar a saúde se fossem muitos casos confirmados com necessidade de internamento.

É também o motivo para o governo paraguaio sequer cogitar, no momento, a reabertura de fronteiras, por considerar que o Brasil está permitindo a proliferação de covid-19 de forma descontrolada (São Paulo, estado com maior número de casos e de mortes, foi obrigado a forçar um feriadão de sete dias, para aumentar o isolamento social).

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