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No Brasil, toda vez que surge um problema, cria-se uma comissão. E já se sabe que a tal comissão não vai fazer nada.
No Paraguai também é assim, deduz-se do que diz o jornal ABC Color. O jornal lembra o que dizia um de seus editorialistas, Enrique Bordenave: "a melhor maneira de não se fazer nada por algo é formar uma comissão".
Pois é, os jornalistas daqui do Brasil também pensam assim. Em relação ao Lago de Ypacaraí, poluído e cada vez mais perdendo suas águas, "criou-se uma comissão por lei, mas todos passam a bola um para outro e nem uma ação concreta se leva a cabo", diz o aBC Color.
A proposta de aproveitar a incomum baixa do lago para fazer uma dragagem, por exemplo, sequer foi considerada.
Dario Mandelburguer, da equipe técnica da Comissão Nacional de Gestão e Manejo do Lago Ypacaraí, disse que não existe essa proposta em estudos, e que o organismo aponta como necessária a construção de egotos sanitários nos 21 municípios da acia, mas é um plano complexo e de longo prazo.
A comissão, criada por lei no dia 8 de janeiro, tem como presidente o ministro de Obras Públicas, Arnoldo Wiens, e é integrada pelos senadores Fernando Silva Facetti, pelos governadores do Departamento Central e Cordilheira e pelo ministro do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ariel Oviedo, além dos prefeitos dos 21 municípios da bacia do Lago Ypacaraí.
Reuniões
Até agora, a comissão se reuniu duas vezes. Na primeira, em 29 de janeiro, para formar a equipe interinstitucioinal que vai trabalhar para a recuperação do lago.
Na segunda, em 4 de fevereiro, houve a apresentação de um resumo do plano básico das ações que serão desenvolvidas para a recuperação do lago.
Na sexta-feira, 7, o ABC Color tentou falar com o ministro Wiens sobre o plano para o lago, mas foi encaminhado ao diretor geral de Proteção e Conservação e Biodiversidade do Ministério do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Darío Maldelburger.
Maldelburger disse ao jornal que a questão da dragagem não foi considerada nas reuniões porque não existe uma proposta oficial. Informou que, a curto prazo, a intenção é instalar gabiões de pedra em pontos estratégicos para reter umidade e gerar o aumento do nível da água para recompor a biodiversidade, com plantas aquáticas, peixes e aves características daquele ecosistema.
O projeto mais importante, os sistemas de esgoto nos municípios, para evitar o lançamento de dejetos nas águas do lago, é um plano de longo prazo. O Ministério de Obras é que vai definir o início e a conclusão das obras, bem como os recursos orçamentários.
Como se vê, no Paraguai não é diferente do que acontece no Brasil, quando há um grande problema para resolver. Assim é com a despoluição do Rio Tietê, em São Paulo, que há décadas está recebendo recursos e nada muda. Mas a comissão está "atuante".
Sobre o Lago Ypacaraí, leia o que publicamos:
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