Propinoduto escancarado! Estudantes do Paraguai enviam mais denúncias

Paga-se propina pra fazer documentos; e paga-se também pra receber o diploma em prazo mais curto.

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Paga-se propina pra fazer documentos; e paga-se também pra receber o diploma em prazo mais curto.

Depois que o H2FOZ publicou a denúncia de que é preciso pagar propina para conseguir os documentos necessários para obter o diploma de Medicina, em Ciudad del Este (veja link no final do texto), agora vem outra: é preciso também pagar pra “acelerar o diploma”. Sem propina, pode demorar até 180 dias.

Esta nova denúncia, feita por estudantes brasileiros, tem o testemunho (acidental) da diretora de uma instituição de Pedro Juan Caballero, fronteira com Ponta Porã (MS), que oferece aos alunos a possibilidade de conseguir o diploma em apenas 10 dias. Bastaria cada um deles pagar 1,5 milhão de guaranis (cerca de R$ 1.100,00).

Como contou ao H2FOZ um dos estudantes, todos já haviam pago 2 milhões de guaranis (mais de R$ 1.400,00) pra fazer o exame de graduação e outros 4 milhões de guaranis (R$ 3 mil) para receber o diploma, atendendo as exigências do Ministério de Educação do Paraguai.

ACELERANDO O PROCESSO

Mas o diploma poderia demorar pra chegar. Aí, a diretora da instituição foi à capital, Assunção, e descobriu a “possibilidade” de os alunos terem o documento em tempo mais curto, mesmo ela sabendo que muitos estavam “pagando para acelerar um diploma que ainda nem estava no MEC”, como diz no WhatsApp.

No Ministério de Educação, ela “descobriu” como agilizar a entrega. “O meio é como todos sabemos nos órgãos públicos”, explicou aos estudantes: uma propina de 1,5 milhão de guaranis por aluno, a ser paga “após a confirmação da data de retirada do diploma do MEC”.

Ao invés de esperar 180 dias, a propina garantiria a cada aluno receber o documento “em 10 dias úteis a contar de amanhã”.

Só da turma deste aluno que enviou os prints, a arrecadação somou cerca de R$ 30 mil.

Veja os prints da conversa via grupo de WhatsApp.

Trecho de print da conversa da diretora com grupo de alunos, pelo WhatsApp.

MAIS DENÚNCIAS

E esta não é a única denúncia feita por estudantes brasileiros que estudam Medicina no Paraguai, seja em Ciudad del Este ou em Pedro Juan Caballero.

Uma estudante contou de uma manobra que aumentou o tempo para o brasileiro conseguir o visto permanente e outra denunciou as más condições do prédio do curso de Medicina, que mudou para um local improvisado.

Voltaremos ao tema.

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