Advogados da família de Marcelo Arruda reagem a transferência de júri

Objetivo seria protelar o julgamento, criticam; juiz transferiu data a pedido da defesa de Jorge Guaranho.

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O juiz Hugo Michelini Júnior decidiu transferir, para 4 de abril do ano que vem, o júri popular do policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, réu pelo assassinato do guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda. O Conselho de Sentença estava previsto para a próxima semana, no dia 7.

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O magistrado atendeu a pedido da defesa do réu, que alega terem sido anexadas provas “na surdina” pelo Ministério Público do Paraná (PMPR) e que precisaria de mais tempo para analisar os laudos periciais. São elementos vinculados ao celular de Claudinei Coco Esquarcini.

Na época, Claudinei era quem podia liberar as senhas para acesso aos registros de câmeras instaladas no espaço da festa, que fica no começo da Vila A. Ele cometeu suicídio dias depois do caso.

Os advogados da família de Marcelo Arruda reagiram, afirmando que os defensores de Guaranho visam a desqualificar a atuação do Ministério Público e o conjunto de provas já colecionadas, “todas desfavoráveis às teses defensivas”, diz a nota. E retardar o júri para reduzir a lembrança da sociedade quanto aos eventos do homicídio.

O crime em Foz do Iguaçu ocorreu dia 9 de julho do ano passado e teve repercussão nacional e internacional. Guaranho invadiu a festa particular em que a vítima comemorava 50 anos com decoração que homenageava Luiz Inácio Lula da Silva, hoje presidente, e o PT. Ao oferecer denúncia, o Ministério Público implicou motivação política.

O juiz ainda redesignou para 15 de março a realização do sorteio dos jurados. Na deliberação, Hugo Michelini Júnior também estabelece que seja requerido ao juizado em Medianeira:

  • cópia integral dos autos referentes ao aparelho celular de Claudinei Coco Esquarcini;
  • que seja informado se o celular ainda está “apreendido por inquérito policial que tramitou naquele Juízo e, em caso positivo, informem o local de sua apreensão”.

O policial penal será julgado por homicídio qualificado. Na denúncia à Justiça, os promotores enfatizaram que “salta aos olhos a motivação política”, entendendo o assassinato por diferença político-partidária, ainda que a legislação não tipifique como “crime político”.

Em uma das audiências do caso, a mãe de Jorge Guaranho, Dalvalice Rocha, afirmou que o filho não é assassino e o que houve foi uma tragédia. “Tudo começou porque ele passou com a música do mito, o rapaz se alterou e jogou pedras”, declarou.

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